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Livros como tratamento?


 

Estamos no mês de setembro, no qual trabalha-se a prevenção ao suicídio. Este texto pretende colaborar com a temática, demonstrando a importância da leitura e da literatura para o tratamento de diversas doenças, entre elas a depressão.

O uso de livros em tratamentos vem desde civilizações antigas onde era comum a leitura de textos sagrados como uma forma de curar o paciente, essas leituras eram comumente chamadas de “remédios da alma”. Na segunda guerra, a cruz vermelha começou a montar bibliotecas dentro dos centros de atendimentos a feridos, e os pacientes que sofriam de stress recebiam a recomendação de procurar visitar essas bibliotecas como uma forma de aliviar a pressão. Nesse período surge o conceito de biblioterapia. A palavra biblioterapia vem da junção da palavra biblon (livros) e therapeía (terapia), e consiste em uma forma de tratamento na qual se utilizam livros (principalmente ficções e autoajuda) como uma forma de tratar doenças psicológicas (NOBRE,20-).
As sessões de biblioterapia normalmente ocorrem  em grupos nos quais existe um mediador (geralmente um bibliotecário ou psicólogo), são debatidas questões sobre algum livro pré-selecionado, essas práticas permitem que o paciente consiga ser capaz de encontrar soluções para seus problemas através da leitura e de suas interpretações.

Ao ler ou ouvir uma história devidamente selecionada, o leitor se depara com um personagem com quem pode se identificar e participar de sua experiência, distanciando-se de seus próprios problemas e, dessa forma, encontra a possibilidade de encarar seus conflitos sem medo, ansiedade ou autocrítica. (GUEDES; BAPTISTA,2013).

A seleção de materiais para as sessões são bastante variantes, cada grupo de pacientes possui suas especificidades e cabe ao mediador compreendê-las no momento de selecionar as obras. Os materiais escolhidos para  o acervo de uma escola, não podem ser usados por exemplo em um asilo ou em uma clínica de reabilitação para dependentes químicos.
O papel do bibliotecário nesse contexto é constantemente discutido, mas segundo Hannigan (1962) o bibliotecário atua nesse tipo de tratamento como um “farmacêutico” onde ele segue uma receita dada pelo psicólogo e também em alguns casos é capaz de indicar  materiais. A principal crítica ao papel do bibliotecário nesse campo é o fato de ele não receber praticamente nenhum preparo durante a formação acadêmica para atuar nesse tipo de área. Na próxima semana, falaremos sobre as características necessárias para que um bibliotecário se torne um biblioterapeuta. 

REFERÊNCIAS

GUEDES, Mariana Giubertti; BAPTISTA, Sofia Galvão. Biblioterapia na Ciência da Informação: Comunicação e Mediação. Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação. Santa Catarina, v. 18 n. 36 p.231-253, jan./abr. 2013. Disponível em: <periodicos.ufsc.br/index.php/eb/article/view/1518-2924.2013v18n36p231/24527>. - Acesso em: 16 set. 2017.

HANNIGAN, Margaret C. “ The Librarian in Bibliotherapy: Pharmacist or
Bibliotherapist?. ”  Library Trends, v.11, p. 188-198, oct. 1962. Disponível em: < www.ideals.illinois.edu/handle/2142/6056  >. - Acesso em: 16 set. 2017.

NOBRE, Sandra Barão. O que é biblioterapia? Disponível em: <abiblioterapeuta.com/o-que-e-a-biblioterapia>.  - Acesso em: 16 set. 2017.



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